segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

VIOLETA DE OUTONO



VIOLETA DE OUTONO


Se os Beatles - ou o Paul que resta deles - ouvissem o arranjo que Violeta de Outono fez de "Tomorrow Never Knows", sentiriam na pele o que é rock anos 80. Ainda por cima feito no Brasil, com profissionalismo. Deveras particular numa banda iniciante. Vamos a ela.
Ângelo (baixo) e Fábio (guitarra/voz) se conheceram há onze anos e estudaram violão erudito com o mesmo professor Cláudio (bateria) encontrou Fábio quando tocavam no Zero. Mas isso foi passageiro. O importante é que hoje eles fazem o que gostam e formam um conjunto. Fábio explica: "O que eu penso na guitarra, eles vão completar no baixo e bateria. E vice-versa. Ninguém quer colocar o ego na frente".
Outra coisa rara que se vê neste trio é a consciência dos limites. "Estamos acostumados a ouvir rock há muito tempo. Você ouve o primeiro disco do Echo & the bunnymen e sente que lá tem vinte anos de rock condensados. Sabemos da realidade brasileira. Queremos reciclar o rock e coloca-lo nos dias de hoje, o que é óbvio. Além disso", continua Ângelo, "buscamos um clima novo e misterioso. Por isso damos importância a iluminação, projeções, acetato no palco. Um som para teatro, não para pular em danceteria."
Alguém uma vez definiu a música dos rapazes como uma parede de som. Tem impacto, melodias fluentes, sem travações. E com ritmo pesado, pulsante. Para conseguir tudo isso eles canalizam as informações que recebem através da música, cinema, fotografia, arquitetura... "A arte é uma coisa só", exalta Cláudio.
Tanto é verdade que as letras e vocal funcionam como um instrumento. "As palavras são mais um recurso sonoro. Têm sentido próprio, sua harmonia." E Ângelo completa: "Não pretendemos ser poetas. Do contrário iríamos escrever livro e não fazer música".

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