segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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365

Da safra punk que apareceu por aqui em 78 - na época ignorada pela mídia -, o 365 é um dos herdeiros diretos. Uma parte dos grupos preferiu insistir no estilo pejorativamente definido por alguns como "tá-pum-tá-pum-tá-pum", ou seja, puro punk. Outros voltaram-se para um som mais elaborado. E o caso do 365.
Mingau (baixo) está agora com 18 anos, mas já é um personagem histórico do "movimento": começou no Ratos de Porão com 14 anos. Miro (bateria) estava no Lixomania, primeira e mais punk versão do 365. Finho (vocal/letras) "bebia pra burro", nas suas palavras, mas também é excristão e cantou no Reprise. Ele adora música clássica. E comenta: "Stravinsky era muito mais punk que os Pistols, e Vivaldi muito mais dark". Ari (guitarra) tocou no Fogo Cruzado e, dentro de suas preferências, está o estilo combat rock criado pelo Clash, que ele abrasileirou e jogou na base do 365.
O grupo não nega carregar o punk nas veias. Mas repudia a idéia de que ele foi apenas um movimento musical: "E também social", afirma Finho. Por isso, quando foram convidados pelo selo Baratos Afins para entrar no Não São Paulo 2 com duas faixas, optaram pelas músicas "31 de Março" e "Grandola - Vila Morena". Esta última é um arranjo do grupo para o Hino da Revolução dos Cravos, ocorrida em 74, em Portugal. A surpresa e o charme estão no solo de guitarra portuguesa, tocada pelo pai de Ari.
No mais, um grupo que está sendo elogiado onde quer que se apresente (Bi, do Paralamas, compartilha dos elogios). Fora isso, ritmos jamaicanos como ska e reggae. De qualquer forma, quem, como eles, já percorreu uma dura mas experiente estrada não tem nada a temer - vem para ficar.

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