DISTÚRBIO SOCIAL
As bandas de garagem continuam a proliferar no Rio, fornecendo matéria-prima para a nova fornada do rock. Uma já está pronta para voar mais alto: é a Distúrbio Social. A banda é composta por Ian Chermont nos vocais, Maurício Mendes na guitarra, Rafael Braga no baixo e André Jacques na bateria, amigos de colégio e praia. Depois de formada, no início de 85, sua primeira apresentação foi na extinta boate Ilha dos Mortos. De lá para cá, esgotaram o escasso circuito das danceterias e boates cariocas. Não se preocuparam ainda em gravar um disco, embora já tenham um repertório pronto. Pelo nome, a Distúrbio Social poderia sugerir uma banda punk. É certo que eles têm influências do punk rock, pois isso é a própria essência das garage bands. As letras tanto tratam de temas político/sociais - e Ian justifica: "A vida hoje em dia é um distúrbio total" - quanto de coisas mais introspectivas. Musicalmente estão começando a desenvolver os acordes básicos. Os shows são curtidos por carecas, uêives, deprês e heavies. "Não queremos rótulo nenhum. Somos pós-vanguarda malandrix", diz Ian com bom humor. Entre as músicas que circulam pelas rádios alternativas do eixo Rio-São Paulo, as mais executadas são "Egocentrismo" e "Papel Final". A banda tem uma nova demo-tape, que inclusive foi enviada à Polygram, mas até agora eles não receberam respostas. Líder na banda não há, todos são livres para opinar. Nesse ponto, não há qualquer tipo de distúrbio.
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