segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MERCENÁRIAS


MERCENÁRIAS


Direto ao assunto. As Mercenárias são uma banda feminina que estreou há três anos, com um show-relâmpago de quatro músicas em um bar de São Paulo chamado Rosa Proibida. Visual inicial: roupas pretas e rústicas, punks sem adereços nem tintura nos cabelos. "Procurávamos engordar e enfeiar ao máximo, para que as pessoas vissem trabalho e competência em vez de menininhas bonitinhas", conta Sandra, baixo e backing vocal.
Tudo começou quando a vocalista Rosália apareceu com uma letra em inglês ("Trashland"). Com instrumentos emprestados, um amplificador "podre" e uma guitarra que desafinava a cada acorde tocado por Ana, resolveram fazer um trabalho sem influências além do mais cru minimalismo.
Cada música não costuma durar mais de dois minutos e seus arranjos compactos - alinhavados pelos backing vocals de Ana e Sandra -não têm lugar para firulas que ultrapassem fragmentações rítmicas.
No princípio, faltava a bateria. Edgard, guitarrista do Ira!, gostou tanto do som delas que se propôs a, provisoriamente, assumir a função. E assim, com um pandeiro preso a um banquinho (no papel de "caixa"), Edgard ainda chutava o que estivesse pela frente - no papel de "bumbo". Os pratos ficavam por conta do corrimão da escada. "Ai, que engraçado, eu não sabia disso", comenta Lou, a atual baterista. Antes ela era talvez a fã nº 1 das Mercenárias. Quando as viu pela primeira vez, disse: "Vou comprar uma bateria e esta será a minha banda".
Apesar das variações de uma canção para outra e das longas saias que hoje substituem os negros trapos. as Mercenárias continuam "punks" para o batalhão de ouvidos desinformados. Isso talvez explique o inexplicável: três anos de estrada e evolução constante sem nenhum compacto gravado. Sandra é quem sabe: "O produtor de uma gravadora disse, já faz um tempo, que o Brasil só estaria preparado para músicas como ´Honra´ daqui a uns cinco anos. Mas aí já perdeu a graça, nós nem tocamos mais essa música".

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