PICASSOS FALSOS
Desta vez a coisa não vem da zona sul, de Copacabana e Leblo, e sim do tradicionalíssimo bairro da zona norte próxima, Tijuca. A semente começou a germinar em 85, com o nome de O Verso, tendo no baixo um elemento que não permaneceu, Caica. A transformação em Picassos se deu em homenagem ao centenário do gênio espanhol das artes. Falsos, pra não correrem o risco de serem roubados, mas genuínos no que se propõem.
Eles são novos, com idades girando em torno dos vinte anos: Gustavo Corrêa, guitarrista que tem em Jeff Beck o ídolo máximo, mas não esquece de Hendrix, Johnny Winter e Jimmy Page. Sua guitarra é cortante tanto num funk à James Brown como num solo blues; Abilio Azambuja, baterista influenciado por Stones e Peter Gabriel, empresta deste último marcações fortes e retumbantes, num crossover Africa/Inglaterra; José Henrique Alves, baixista fissurado nos sons que tiram Bernard Edwards (Chic/Power Station) e Jaco Pastorius. cria em cena linhas funks altamente suingantes e pesadas, que tanto lembram Prince quanto Gang of Four: Humberto F.. não drogado ou prostituido, mas cantor/performer e letrista da banda. Foi ele quem aglutinou as cabeças para o projeto. Fala milhões de coisas sobre milhares de coisas. É fã de Fernando Pessoa e cantando lembra (e como lembra!) Caetano Veloso, Jim Morrison e Jon King nas horas quentes.
Uma demo já circula nas alternativas cariocas, como "Idade Média". "Quadrinhos" e "Carne e Osso", todas bastante pedidas ao final das apresentações, cada vez mais freqüentes e concorridas. A fita foi produzida por Alvin L., ex-vocalista dos extintos Rapazes de Vida Fácil, agora agitando no Brasil Palace.
Do rock ao funk, do blues ao reggae, os Picassos Falsos pintam todas.
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