sábado, 12 de maio de 2012

CENTURIAS


O Centúrias foi formado em agosto de 1980, em São Paulo (SP), por Paulo Thomaz "Paulão" (bateria), Paulinho (guitarra), Eduardo Camargo (vocal), Cacá (baixo) e Guina (teclado), e, em pouco tempo, transformou-se em uma das bandas mais queridas do underground paulistano, com shows sempre concorridos e com alta dose de adrenalina e garra demonstrada por parte de seus integrantes. Com isso, conseguiu a façanha de estar presente em um dos primeiros registros fonográficos da cena nacional, a coletânea "SP Metal 1". Mas o processo até lá não foi nada fácil, pois as mudanças na formação se tornariam constantes na carreira. As primeiras foram a saída de Guina, já que a banda optou por não mais fazer um som no estilo do Rainbow e ficou sem teclado; e Cacá, substituído por Marco Aurélio "Malhão". E isto não foi só, pois às vésperas da gravação do "SP Metal" havia tensão no ar com uma nova desestabilização do line-up, com a troca de Malhão por Marcio Milani e a saída de Paulinho no meio da gravação. Desta forma, o guitarrista Fausto se juntou a Edu, Paulão e Milani, para gravar as clássicas e históricas faixas Duas Rodas e Portas Negras. A aceitação foi ótima, mas aí foi a vez de Milani ceder seu posto para o baixista Renato. Depois disto, com diversos shows e o status de banda grande para os padrões da época, o Centúrias fazia por merecer um álbum. Luiz Calanca, da Baratos Afins, que havia sido o idealizador da coletânea, não perdeu tempo e deu mais esta oportunidade. Naquela fase, o Centúrias estava totalmente reestruturado, coeso e forte, fazendo uma perfeita mescla entre o Heavy Metal e o Hard Rock. Paulo Thomaz (bateria), Eduardo Camargo (vocal), Adriano Giudice (guitarra, irmão de Ricardo Giudice, do Abutre) e Rubens Guarnieri (baixo), entraram em estúdio no mês de outubro de 1985 e mesmo com todas as dificuldades encontradas com o precário equipamento que dispunham, conseguiram gravar um dos melhores álbuns de Hard Rock cantado em língua portuguesa, o EP Última Noite, que saiu em fevereiro de 1986. Lá estão presentes a clássica Duas Rodas, Rock na Cabeça, Chama de Pouca Idade, Inferno Fácil, Última Noite e Não Pense Não Fale, uma das melhores composições ao lado de Portas Negras. Tempos depois, por diferenças musicais, o Centúrias mudou novamente seus integrantes, restando somente o baterista demolidor Paulão do line-up original. Entraram o vocalista César "Cachorrão" Zanelli, vindo do Santuário, o baixista Ricardo Ravache (baixo) e o guitarrista Marcos Patriota, ambos vindos do Harppia, onde gravaram outro registro histórico da Baratos Afins, o EP A Ferro e Fogo. Com esta formação a banda realizou outro trabalho antológico, o LP Ninja, que continha as faixas Senhores da Razão e Fortes Olhos, que faziam sucesso nos shows, como o ocorrido no Espaço Mambembe no dia 12 março de 1987, apelidado de "No Poser". Os anos foram passando com Paulão sempre acreditando no potencial do Centúrias e dando o sangue para que a chama não se apagasse. Entretanto, os tempos eram outros. O Thrash Metal dominava a preferência dos fãs, quase todas bandas nacionais cantavam em inglês e uma, em especial, surgia com destaque, o Sepultura. O Centúrias, infelizmente, encerrou suas atividades e entrou para a história da música pesada no Brasil. A seguir, "Paulão" Thomaz, Adriano Giudice e César "Cachorrão" Zanelli falam mais sobre a carreira da banda.

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