A história do nascimento dos Ídolos de Matinê é uma história romântica. Fernando Amaras, que era empresário da Contrabanda, resolveu, junto com Renato Incesto, criar uma banda própria. Nasceu daí a Estação no Interno. Em um dos ensaios, quando tentavam compor um hardcore, foram interrompidos por uma furiosa vizinha. Tratava-se da neta do maestro Bento Mossurunga, falecido autor dos hinos de Curitiba e do Paraná. Ela, uma estudante de piano clássico, reclamava do barulho que não a deixava estudar para uma prova de música no dia seguinte. A raiva foi recebida por olhares gulosos desferidos por Fernando para cima daquela apetitosa blondie que acabava de entrar. De olhar em olhar, a banda ganhou uma tecladista, um novo nome e Fernando, uma namorada.
Foi assim que Debbie Lloyd entrou para a banda e, com um dos primeiros atos, convenceu, Fernando e Renato a mudarem o nome de Estação no Inferno, homenagem a Rimbaud, para o atual Ídolos de Matinê. "E porque eu sou muito católica", explica Debbie. Com a entrada dela os componentes esqueceram de vez o punk, adotando um refinamento e uma elegância que são nossa marca registrada", segundo Fernando.
O Ídolos de Matinê atualmente é formado por Fernando (baixo) Debbie Lloyd (sintetizador) Pablo Pichasso (bateria) Carlos Virallohos (guitarra) e Leonardo Secco (vocal). As composições se apóiam na base repetitiva do baixo e da bateria para permitir a liberdade de criação da guitarra e do sintetizador. ´´Para quem quiser saber qual é o estilo que tocamos, pode dizer que é trendie. E quem não souber o que é isso que nos procure. Só damos explicações pessoalmente", diz, Fernando, fazendo mistério.
Em oposição a todas as outras bandas de Curitiba, o ídolos de Matinê é a única que adota um visual especial para os shows. Cabelos espetados, maquiagem pesada e um enorme sobretudo preto com forro estampado de flores. "Esses trajes vão ser aposentados", esclarecem, contando que já encomendaram outros à estilista Branca, bem conhecida na cidade. A produção do visual deixou alguns membros do grupo um poco incomodados, pois cansaram de ouvir gracinhas do público. ´´No começo mexia um pouco com a nossa masculinidade´´, confessa o vocalista Leonardo Secco, completando: "Mas é necessária essa preocupação estética.O público gosta de um show completo, gosta de ouvir e de ver também, por isso continuaremos adotando esse visual´´.
Como projetos eles estão com algumas fitas demo colocadas nas mãos de produtores de gravadoras conhecidas, uma proposta para gravação de vídeo, também com o cineasta Fernando Severo, e vários shows. A atual formação já foi bastante elogiada nos shows que realizou e as letras - "Falamos as mesmas coisas que todo mundo quer falar, só que de maneira diferente" - são feitas por Fernando Amaras ou por Sérgio Vira lobos, irmão do guitarrista Carlos e também parceiro de Marcos Prado em livros e outras letras.
A oposição entre os componentes do Beijo au Força e dos ldolos de Matinê só acaba quando falam do Pós Meridion, eleita por eles como a melhor banda de Curitiba - depois deles, é claro.