domingo, 1 de março de 2009

ÁGUA BRAVA


ÁGUA BRAVA


Grupo carioca de hard-heavy-rock, surgido em 1980. Primeira formação: Rogério Silva e Ivo Ricardo (guitarras), Jacaré (bateria) e um baixista convidado (1980); Segunda formação: Ivo Ricardo + Jacaré e Daniel Cheese (saiu em final de 85, indo para a Mauricio Mello & Cia Mágica) (guitarra) 1983.

Altamente influenciada pelo o Rush, o trio viajava no som de Tunel do Tempo, UFO, Telha Quebrada, eu sou rock and roll, Pressão, Veneno, a Bomba e tantos outros sucessos cantados pela galera que viveu aquela época.

ÚLTIMO NÚMERO


ÚLTIMO NÚMERO


Ficção: na várzea paraibana, uma sombra transmite seu sôfrego monólogo aos seus herdeiros de direito - Gato Jair (vocal), Paulo (baixo), João (guitarra) e Clode (bateria); o Último Número. Fricção: Belo Horizonte, outrora um paraíso para tuberculosos terminais, não poderia ser melhor abrigo para esta banda, que, desde 85, vem fazendo jus ao legado do patrono Augusto dos Anjos, ao seguir o destino de rimar, uma vez mais, amor e dor. Sem poses ou falsos artifícios, o UN evita os estereótipos ultra-românticos e, com farpas de sarcasmo, sangra poesia. No inverno de 86, gravaram seu primeiro LP, o Strip Tease da Alma, numa modesta, porém bem cuidada. produção da Câmbio Negro Discos. O trabalho sofreu atrasos na prensagem e ninguém sabe ao certo quando o público terá acesso ao vinil. São onze faixas de impacto. coesas, que. no todo, montam um mosaico noturno de perfumes e ciúmes, spken e muito, muito álcool. Seria querer tapar o sol com a peneira não destacar o trabalho de Jair, principal letrista, dono de um texto refinado, recheado de sutilezas e que está para o UN assim como Jim Morrison esteve para os Doors. Um exemplo é "A Noite dos Assassinos", construída a partir do antológico Hiroshima Momt Amnour (Alain Resnais), que veio a se tornar o primeiro hit do grupo. Como poucos, o UN consegue captarem sua música a essência volátil da vida e a frenética luta das pulsões. Ars longa vita brevis. No princípio do fim, no fim do princípio. Flashes casuais do bar do abismo.

AS VIRGENS LAGARTO


AS VIRGENS LAGARTO


O nome surpreende como um afresco de Bosch. Sob ele se abrigam o vocal de Xambi, a guitarra e as músicas de Bira, outra guitarra e os teclados de Marcos Coio, o baixo de Pepê e a bateria de Marquinhos. Com idades entre 16 e 24 anos, vestidas de pirata, índio ou cigano, essas virgens nem tão virgens fazem só rock. Em um ano de existência a banda já congregou um grande número de cultores no circuito underground de São Paulo. No cabaré Madame Satã ou em colégios da periferia, as virgens vomitam um repertório de vinte composições, entre acid rocks e baladas. O som do quinteto tem algo de psicodélico e gótico flamboyant. ´Buscamos pesquisar ritmos", diz Bira. A banda, de fato, pode ser definida como "goppie progressiva". Lembra tanto as virgens do Mission no uso enfático do baixo e da bateria com sombras de forró e funk. Nascidas no bairro do Aeroporto em São Paulo da fusão de duas bandas de garagens amigas. As Virgens já começaram ensaiando num estúdio. "Não somos uma garage band". explica Xambi. "Temos consciência de que devemos nos aperfeiçoar munidos de uma tecnologia mínima." O resultado dos ensaios diários em estúdio é interessante. A demo que prepararam exibe quinze composições tempestuosas. genuínas engenhocas de fazer dançar. Exemplo do balanço instável da banda é o rock "Velhas Locomotivas, síntese gingada da história recente do rock: "O sonho breve da triste era de Aquarius/E agora a corrente de Jesus e Maria declama/A decadência punk e seus dedos fálicos". De panfletos póstumos similares em punho, as virgens começam em maio a fazer shows e a projetar um LP à gravadora que se interessar. Salve-se quem não dançar!

ESCOLA DE ESCÂNDALO



ESCOLA DE ESCÂNDALO


Formado em 1982 atuaram até 1986. Participaram com duas músicas Complexus e Luzes do LP Rumores uma coletânea de músicas de grupos brasilienses. Possuem ótimas letras e até hoje se pergunta porque não fizeram sucesso?
Formação: Bernardo Mueller, Geraldo Ribeiro, Luis Eduardo Ferreira, Eduardo Espinoza Raggi.

VARSÓVIA


VARSÓVIA


Era o primeiro ano na faculdade (em Santo André) e acho que todo jovem está sempre inventando alguma coisa para fazer ou se divertir. Conhecer pessoas diferentes, com idéias diferentes e com conversas diferentes eram coisas comuns, cada um ofereceria algo que você procurava naquele momento. O Ivan era um cara que estava conversando com alguém falando sobre música, tocar, violão e outras coisas que me chamaram a atenção. Numa hora que apareceu uma brecha eu emendei que gostaria de fazer vocal. Ele me apresentaria o Hamilton, outro cara da faculdade que já havia tocado (guitarra) com outras pessoas de São Bernardo do Campo. Depois conheci o Betão (baterista do Ulster) e o Nelson (baixista), ambos através do Hamilton, eles já eram velhos conhecidos, gostavam de vários tipos de música(blues, progressivo, punk, new wave). Algum tempo depois vieram o Célio (guitarra) e o Roberto Carlos (teclado?), mas eu não lembro como foi, eles apareceram na casa do Betão e também eram da faculdade. Isso já é outubro de 1984 e começamos a "tirar"algumas músicas para ver no que dava.
Viramos 1985 com algumas canções e em setembro entramos pela primeira vez num estúdio para gravarmos umas cinco músicas (uma delas, Ian, que está no cdr) e logicamente o resultado foi apenas razoável, tanto que decidimos retornar ao estúdio em outubro para gravar o que seria a demotape com duas músicas principais (Noites e No Front, que estão no cd oficial 85/89) e mais quatro ou cinco que foram apenas pré-mixadas e guardadas . A formação que entrou no estúdio nas duas vezes era: eu (Fábio), Célio, Betão e o Nelson. Gostamos do resultado e agora teríamos que colocar a demo para "rolar". Existiam pelo menos duas rádios que aceitavam demotapes por aqui, a recém criada 89FM (antiga Pool) de São Paulo e FM97 (ainda em Santo André). Muito bem. Foi levada a fita rolo para as duas rádios, que aceitaram ouvir, e aguardamos para ver no que dava. Isso foi no final do ano de 1985, eu saí em férias esó voltaria no ano seguinte, no final de janeiro. Quando retornamos a nos encontrar em fevereiro, Noites já tocava com uma freqüência incrível na 89FM e foi assim durante mais de um ano. Quantas vezes eu estava dirigindo e a música começava a tocar. Recordações muito legais...O bom ano de 1986
Nossa próxima etapa seria a de "pôr o pé na estrada", as apresentações ao vivo, busca da auto-promoção do grupo, a interação com o público (uma novidade para a maioria de nós) e tentar ir adiante. Na verdade, o primeiro show realmente aconteceu em 08 de dezembro de 1985, no Tênis Clube de Santo André, mas com o primeiro show vieram os primeiros problemas. O Nelson decide sair do grupo e..., bom..., só nos restava arrumar um outro baixista, afinal todos nós queríamos fazer esse show e caso não acontecesse o caminho do grupo estaria comprometido. Nessa hora entra o Luizão (guitarrista do Ulster ) que topou fazer o baixo e começamos os ensaios, tínhamos um mês. Se não me engano o show aconteceu numa quinta-feira e o resultado foi satisfatório, nervosismo à flor da pele, e um público que ainda não nos conhecia, diferente de quando voltamos alguns meses depois e encontramos a casa praticamente com a lotação total, umas 900 pessoas. Voltamos a 86, o Hamilton tomou o baixo como instrumento e seguimos o que parecia ser uma rotina de contatos e apresentações. Vale dizer que conseguimos tocar em várias casas de São Paulo (sinto que para as bandas de tempos depois isso se tornou impraticável, elas simplesmente sumiram), como Rose Bom-Bom, Madame Satã (essa existe),Ácido Plástico, Anny 44 (tocamos?), Zóster, Shock Bar (Radioatividade), inauguração de uma casa no Bexiga o Kaleidos Bar, Cais, algumas outras e ainda o Centro Cultural de São Paulo, o SESC Fábrica da Pompéia, todas fizeram parte de um roteiro quase queobrigatório para os grupos novos. Deve ter sido por volta de abril quando o pessoal da Ataque Frontal (uma gravadora independente de São Paulo) entrou em contato com o Betão, através da 89FM. Foi acertado então a realização de um LP que seria gravado em 16 canais no estúdio Vice-Versa em junho. Foram gravadas 10 faixas (todas estão no cdr) e tínhamos que preparar da capa e o encarte com as letras. A capa foi produzida por João Batista e ficou muito boa (a capa do cd 85/89 é a versão original do trabalho para a capa do LP). Master pronta, capa e encarte prontos, tudo foi enviado para a fabricação e em pouco mais de um mês teríamos o produto pronto, porém..., enfrentaríamos uma crise no setor de papel que postergaria o lançamento do disco em pelo menos 6 meses (só em fevereiro de 87 o disco estaria nas mãos da gravadora). Algum tempo depois o Hamilton deixa o grupo, eu me afasto por um período de três meses (?), quando volto, no baixo já está o Alexandre Tadini, acho que conseguimosa melhor formação nessa época.1987Alguns programas de Tv, alguns shows e a expectativa de "dar certo" ou "acontecer" nos alimentava, a preocupação de promover o LP para ser a base de um novo trabalho. Apresentações na Tv Gazeta, programa Realce (do "Capivara") e Tv Cultura (Boca Livre) 3 vezes ( todas com Tadini no baixo). Na última apresentação do Boca Livre a música "Sonho" foi apresentada. Final de 1987 rescisão de contrato com a gravadora Ataque Frontal1988/1989Entrada em estúdio para a gravação das músicas "Sonho" e "Claridade e Luz". O grupo estava consolidando a forma de composição e como a canção deveria ser gravada, os arranjos que saiam da cabeça do Célio amadureciam de acordo com aquilo que queríamos dar forma. "Sonho", por exemplo, o Célio criou a música e eu me concentrei na letra, foi tudo muito simples e espontâneo, "Claridade e Luz" ele praticamente trouxe a peça pronta. Mais três músicas foram preparadas em estúdio: "A Onda", "Uma Nova Fase" e "Dias de Dúvida". O resultado foi interessante e enviamos a fita (com as cinco músicas) para uma gravadora "grande". Outras quatro músicas foram produzidas mas não finalizadas.

VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA


Voluntários da Pátria


Grupo paulista formado em setembro de 1982. Realizou uma série de shows no ano de 83. Tocou no Carbono 14, Rose Bom Bom, Lira Paulistana, Clash, Sesc Pompéia e Napalm (SP), Noites Cariocas e Circo Voador (RJ).

Os Voluntários da Pátria não se apresentam ao vivo desde o início de anos de 84 (exceção feita ao show pelas Diretas-Já no Centro Cultural São Paulo). Durante este tempo, o grupo de dedicou à Criação e aperfeiçoamento de músicas para a composição de um repertório significativo. Este repertório reune as principais composições do grupo desde o seu surgimento. O objetivo inicial deste trabalho era o de definir a identidade musical do conjunto; o objetivo final, o de registrar este material em um LP.
O papel do disco seria o de reproduzir fielmente os sons produzidos pelo grupo. A "fidelidade" em questão se refere ao som produzido ao vivo pelos Voluntários da Pátria, com os timbres de seus instrumentos equalizados de acordo com sua própria concepção estética. E o primeiro passo na tentativa de ir de encontro a este critério, foi o de abandonar toda e qualquer perspectiva de lançar o LP por uma gravadora. Tinha-se descoberto que as gravadoras são incapazes de reconhecer a avaliar trabalhos que fogem dos padrões derivados de modismos passageiros. Não existe interesse nem iniciativa no sentido de se fazer um investimento a longo prazo, dirigido a um novo mercado, um mercado sólido sustentado por uma base real: a relação onde os envolvidos partem para a discussão sobre determinado trabalho, situando-o em determinado contexto e resguardando ou não seu papel histórico de obra de arte.
Tinha-se descoberto também, que os produtores de disco daqui são incapazes de situar qualquer tipo de música feita por jovens, em outro universo que não seja o das FMs e AMs comerciais. Isto revela sua desinformação: ignoram, entre outras coisas, o movimento punk, um movimento que praticamente alterou o comportamento do mercado fonográfico a nível mundial, além de ter influenciado toda uma geração de músicos e ouvintes.

Os Voluntários da Pátria partiram então para a auto-produção, contando com a ajuda mecênica de Luiz Carlos Calanca (Baratos e Afins Records).
O resultado é o LP com oito faixas instigantes. três das quais censuradas. São oito faixas onde prevalece a originalidade da integração letra/música/arranjo (os Mutantes faziam isso com classe).

O LP, situado no atual marasmo da MPB, merece ser tratado seriamente.
O disco foi gravado em julho/84 no Mosh Studio (16 canais), SP, e lançado pelo sêlo Baratos e Afins Discos.

Os Voluntários da Pátria são: Miguel Barella (quitarra, guitarra sintetizada), Giuseppe Frippi (quitarra, guitarra sintetizada). R. Gaspa (baixo), Nazi (vozes) e Thomas Pappon (bateria e vozes de fundo).